Quero o tempero dos dias,
A flor com perfume exalando,
que faz expandir poesia,
essa concreta.
Não quero mais tanta dramatização,
Com o que vemos na televisão,
Pois a realidade também é concreta
A ferro e fogo.
A fé já não tem mais visão,
Já foi ultrapassada pela repetição dos acontecimentos,
Que antes nos colocava medo e nos faziam ser piedosos.
A piedade agora é dá o pão e esperar a recompensa,
Quando se faz o bem já se pede perdão,
Perdão encalcado no descaso da vida retilinea
E sem curvatura para escoar as lágrimas.
Somos senhores e servos dos dias.
Senhores do presente e do futuro,
Mas, mais ainda, servos do passado.
Marcos Montelo
quarta-feira, 27 de abril de 2011
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