quinta-feira, 25 de junho de 2009

Minha Colombina

Imaginar o impossivel é impossivel
Sonhar com o que não se
Pode realizar é desprezivel
Podemos até fingir conquistas
Mas não nos esquecemos que
Sobrevivemos sem mentiras.





Encontrei-a sem querer e, sem perceber, também achei meu lugarzinho no mundo, pois estava jogado ao léu. Já fizemos promesas, marcamos encontros....fizemos juras de amor um ao outro.
Nunca nos tocamos, ainda não nos sentimos, entretanto, a sensibilidade intuitiva dela me permanece viva. Quem sabe, num dia qualquer, o acaso nos coloque frente á frente, assim, sem mais nem menos, para depois ninguém reclamar dos desencontros.
Não consigo sequer ser falso com essa criatura que dia-a-dia, alegra-me. Já me decifrei todo pra ela. Contei segredos, decepções, enfim, algumas angústias. Dei-lhe a minha chave.
Ela Colombina, eu Pirrot, os outros já se tornaram pouco diante do nosso, breve e pequeno amor. Acabando essas linhas tortas, apenas penso e digo:

Há um tempo para nós dois
Eterno, sem medições, que
Encantará nossos dois corações.
Há de vir um gesto sereno, profundo
Que partirá do peito á caminho da alma.
A primeira vista vamos parecer duas
Coisas bobas, mas com um singelo abraço
Sentiremos nossas todas vontades adormecidas
Surgirem...



Cansei de escrever, resta-me agora esperar, esperar, esperar.
Markoz Montello

terça-feira, 9 de junho de 2009

FEITO DE ÉTER


O baixo temor que tenho

Por você me faz perceber

Um homem muito mais viril

D'um jeito que só Deus sentiu.


Finjo amor por você

Pra me salvar dos tédios

Dos ponteiros dos fuso-horários

Vivo anti-horário.

Salve-me se puder,

Preciso mentir amor

Nessa bestidão de vida,

Jogar água de sal nas feridas.


Venho de um mundo

Totalmente racional

Onde não cabe ser

Minimamente incomum.

Onde um mais um é dois

Vivo entre a solidão e o depois.


Flores, chocolates, poemas...

Pra poder comer a mocinha

[ do cinema...

Queria sentir um amor anti-cristão

De morrer nas cruzes da confissão]


Cadê as cartas que te dei?

Será que o vento levou

Ou tú rasgas-te sem amor?


Olhe bem, não estou pedindo

Permissão pra desligar a televisão

da minha cabeça, pois a atenção

está do meu lado, assim como o tempo

está pro destino dos infelizes.


Camisa-de-força perene

As loucuras sãs da vida,

Que a gente teima em endoidecer,

Despedaçar a sobriedade divina.


Tento acabar com as marcas

Juvenil de ontem, sem

Perguntar ao menos como

Fazer o novo.


Vou embora sem respostas

Dadas, você as deixou implícitas

e guardadas do lado de fora

da nossa casa.



Markoz Montello / Tárcito Lear.